O movimento da vida nos traz todos os dias novas reflexões.
Ainda bem!
E sempre que algum tema importante me ocorre penso nas crianças dentro desse tema.
Outro dia estava refletindo sobre FANTASIA.
Recordei um livro que li tempos atrás "Arte e Gestalt", de Janie Rhyne. Num trecho em que ela lembra sua infância e dos primeiros desenhos que fazia no escritório do avô. Na época, enquanto o avô estava olhando, fazia pinturas delicadas, convenientes a uma criança, segundo pensam os adultos, mas quando o avô saia ela, então, desenhava com cores carregadas e traços fortes árvores distorcidas, aves escuras de rapina e todo o tipo de pintura em que deixava vir à tona suas fantasias de menina.
Todos esses desenhos eram devidamente rasgados, claro, mas tinham cumprido seu papel: deixar que fossem externalizadas emoções ,sentimentos, dúvidas, medos, desejos, numa ambiência interna criativa.
Muito tempo depois, conta Janie, já mulher, artista e arteterapeuta, ela pode entender a importância disso para as crianças .
Aproveitando essa vivência de Rhyne, medito sobre a nossa quase total inexperiência para lidar com esse ambiente interno de elaborações - a fantasia. Nós adultos mal sabemos sobre o assunto, que dirá para as crianças com as quais lidamos cotidianamente. Em geral ficamos preocupados com certos desenhos, por exemplo, que as crianças fazem com motivos trágicos, sexuais, bélicos, dramáticos, e como não entendemos, coibimos ou ignoramos. Negamos ou fingimos literalmente que não vimos. Ambas as soluções ruins para a criança.
Mas o que fazer então?
Primeiro compreender para nós mesmos o papel essencial da fantasia e de fantasiar internamente.
Porque este campo fecundo, quando é bem entendido e aceito, nos permite acessar todas as emoções livremente, no terreno de nossas intimidades e, através das imagens e cenários, interações e emoções que vivenciamos aí, nos conhecer melhor. Porém, como é um campo de liberdade e por isso mesmo taxado de "perigoso" por filosofias diversas, passa de algo saudável para um lugar ameaçador. Quantos danos temos sofrido por isso! Quantos danos sofre a criança porque tem classificadas suas emoções legítimas como emoções perigosas?
Quantas distorções surgem daí?
Desse ponto em diante, em que ela conclui que é capaz de sentir coisas perigosas, é que a fantasia passa a gerar sofrimentos, angústias e pode gerar doenças emocionais inúmeras.
Ora, como a menina Janie, precisamos saber o que desejamos, o que nossas emoções dizem. A fantasia é esse lugar de contatar as emoções. Uma criança saudável tem esse mundo da fantasia rico e diversificado e de alguma forma traz à tona essa, podemos dizer, elaboração emocional, pois para ela, em sua espontaneidade e inocência, não há nada de mal. E não há. Assim faz perguntas, conta histórias, cria enredos, pinta, desenha, inventa.
Na fantasia interna, realizamos e sentimos, ali mesmo fazemos filtros do que vamos ou não externalizar para então envolver pessoas e criar situações na realidade física.
Compreendem?
Às vezes durante um tempo algum tema ocupa a nossa fantasia de forma recorrente. Se não o taxamos de danoso à priori e o deixamos ali para ser elaborado, em geral, o organismo saudável, vai filtrar o que quer e o que vai deixar fluir para a vida de relação.
Contudo, quando essa elaboração não acontece, se transforma em algo proibido e ao mesmo tempo atraente, porque nunca esgotado, e em geral, ultrapassa o espaço da fantasia para chegar à realidade física e criar vivências muitas vezes carregadas de dramas.
Porque a fantasia não foi elaborada, passou para o espaço da imaginação já com o carimbo de proibido e da imaginação para os planos, para a realização externa é um passo. Só não sabemos com quais desdobramentos.
Permita às crianças e a si mesmo a fantasia.
Entenda e enriqueça esse seu mundo interior, para melhor compreendê-lo com as crianças com quem convive e/ou trabalha.
Viva a saúde!
Porque, consciente ou inconscientemente, procuramos satisfazer todas as fantasias, bem ou mal elaboradas.
A fantasia é a mãe do sonho.
E quem pode viver sem ele?
A imaginação é fértil e a execução respeitará as cores que ela determina.
Para nós e para nossos filhos.
Para nós e para nossas crianças.
Obs: as fotos aqui mostram uma forma criativa de lidar com as fantasias das crianças e seus desenhos: criar bonecos de pelúcia. Desde que as crianças aceitem e gostem, é claro!
http://qgretail.blogspot.com.br/2011/05/criancas-veem-seus-desenhos-se-tornarem.html
http://qgretail.blogspot.com.br/2011/05/criancas-veem-seus-desenhos-se-tornarem.html
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Glad!
And whenever occurs to me some important topic, I think of the children within that theme.
The other day I was pondering about FANTASY.
I remembered a book I read long ago "Art and Gestalt," by Janie Rhyne.
In a passage she recalls her childhood and early drawings she did in her grandfather's office.
At
the time, while the grandfather was watching, did delicate paintings,
convenient to a child, according to the adults think, but when her
grandfather skirt, she, then, drew loaded with colors and strong lines,
distorted trees, dark birds of prey and all kinds paint that left surfacing your fantasies of girl.
All
these drawings were duly ripped, of course, but had fulfilled its role:
let be externalized emotions, feelings, doubts, fears, desires, a
creative internal ambience. Much later, Janie account, already a woman, artist and art therapist, can understand the importance of this for the kids.
Taking
advantage of this experience, Rhyne, meditate on our almost total
inexperience to deal with this internal environment of elaborations -
the fantasy. We adults hardly know about it, let alone the kids we deal with daily.
In
general we are concerned with certain designs, for example, that
children make with tragic reasons, sex, war, dramatic, an,d as we do not
understand, we ignore or shrink back. Deny or pretend that literally have not seen.
Both solutions bad for the child.
But what must we do?
First understand for ourselves the essential role of fantasy and fantasizing internally. Because
this fertile field, when it is well understood and accepted, allows us
to access all the emotions freely on the ground of our intimacies and,
through images and scenarios, interactions and emotions that we
experience there, we know ourselves better.
However,
as a field of freedom and therefore labeled a "dangerous" by various
philosophies, something healthy turns on something threatening.
How much damage we have suffered for it! How much damage a child suffers because her legitimate emotions have been classified as dangerous emotions? How many distortions arise there?From
this point on, she concludes that is able to feel dangerous things, and the fantasy starts to generate suffering, anguish and can generate numerous emotional
illnesses.
As the girl Janie, we must know what we want, what our emotions tell. The fantasy is that place of contact emotions.
A healthy child has a fantasy world rich and diverse and somehow she shows us this, with spontaneity and innocence, because for her there is nothing wrong. And there isn't! So asks questions, tells stories, creates plots, invents. Inside the internal fantasy conducts and feels, and right there filters what she will externalize or not for, only then engage people and create situations in the physical reality.
Understand?
Sometimes, for a time, some topic takes our fancy recursively. If we not qualifie them of harmful and left there to be drawn, in general, healthy body will filter out what you want and what we will let go for the life of the relationship.
Understand?
Sometimes, for a time, some topic takes our fancy recursively. If we not qualifie them of harmful and left there to be drawn, in general, healthy body will filter out what you want and what we will let go for the life of the relationship.
However, when drafting does not happen, turns into something forbidden and attractive, because never exhausted , and in general, go beyond the fantasy space to get to the physical reality and create experiences often full of dramas.
Because the fantasy was not well exhausted, went to space of imagination already stamped of forbidden and, from the imagination till the plans and for the realization is just one step.
Only we do not know which developments.
Allow the children and yourself the fantasy.
Understand this and enrich your inner world, to better understand it with the children with who you live and / or work.
Notice if your fantasies are already in the field of imagination filled with danger signs. Realize now the agreements you made with others to accomplish a fantasy that may belong only to you.
Because, conscious or unconsciously, we seek to satisfy all fantasies, well or ill prepared.
Fantasy is mother of the dream.
And who can live without it?
The imagination is fertile and the implementation will respect the colors it determines.
For us and for our children.
Because the fantasy was not well exhausted, went to space of imagination already stamped of forbidden and, from the imagination till the plans and for the realization is just one step.
Only we do not know which developments.
Allow the children and yourself the fantasy.
Understand this and enrich your inner world, to better understand it with the children with who you live and / or work.
Notice if your fantasies are already in the field of imagination filled with danger signs. Realize now the agreements you made with others to accomplish a fantasy that may belong only to you.
Because, conscious or unconsciously, we seek to satisfy all fantasies, well or ill prepared.
Fantasy is mother of the dream.
And who can live without it?
The imagination is fertile and the implementation will respect the colors it determines.
For us and for our children.
Since children agree and like it, of course!
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